A sua origem remonta à década de 60, altura de fluxos migratórios massivos rumo aos grandes centros urbanos, em grande parte devido ao desequilíbrio entre as regiões rurais e os centros urbanos com perspetiva de desenvolvimento industrial. Estas áreas, que surgiram de forma não planeada, apresentam frequentemente problemas de infraestruturas e de organização espacial.
As periferias das cidades viram-se, assim, ocupadas, sem que as autarquias estivessem preparadas para tal fenómeno e sem estratégias
previamente delineadas.
Durante a década de 70, a necessidade de alojamento aumenta e a pressão sobre o mercado da habitação motiva a construção e ampliação de milhares de fogos.
Na década de 80, iniciou-se o processo de reconversão com as associações de moradores e proprietários, que tiveram um papel muito
importante na criação de condições dignas de habitabilidade, bem como o apoio do Município, que cedeu materiais e equipamento, necessários para a construção de infraestruturas básicas, como, abastecimento de água, rede de saneamento e construção de arruamentos.
Só mais tarde, com a Lei n.º 91/95 de 2 de setembro, e subsequentes alterações, são responsabilizados os proprietários e/ou coproprietários
pelo dever da reconversão e definidas formas e prazos de gerir o processo, através da constituição de órgãos compostos pelos interessados na reconversão da AUGI.
Atualmente, as áreas de génese ilegal em Loures abrangem 10,5Km2, representando 6,3% da área total do município (167,24Km2), perfazendo 196 núcleos em estudo, dos quais 174 são AUGI, e os restantes 22 núcleos são AIRU.
As áreas urbanas de génese ilegal abrangem 958,25ha podendo apresentar um número de fogos próximo de 25.000 ou superior. Com base nos resultados dos censos de 2011, calcula-se a média de elementos por agregado familiar de 2,5Hab., sendo expetável a capacidade para alojar 62.500 habitantes.