Festa do Vinho e das Vindimas
A Festa do Vinho e das Vindimas é um dos maiores acontecimentos de cariz associativo do concelho de Loures, atraindo, todos os anos, milhares de visitantes.
Trata-se de um evento realizado no segundo fim de semana de outubro, sendo um espaço privilegiado de divulgação das artes e ofícios tradicionais ligados à vitivinicultura.
O desfile etnográfico, no último dia dos festejos, recria todo o processo da cultura da vinha e do fabrico do vinho.
Bucelas: Uma região demarcada
Esta região, demarcada por lei desde 1911, situa-se a 25 quilómetros a norte de Lisboa, no vale do rio Trancão. As vinhas instalam-se em solos que correspondem às tradicionais caeiras. Com um clima bastante frio no Inverno e temperado no Verão apresenta, no entanto, grandes oscilações térmicas nessa época. A casta que confere as características organoléticas deste famoso VQPRD branco (Vinho de Qualidade Produzido em Região Determinada) é a Arinto.
Características organoléticas
Vinhos brancos
Apresentam uma cor citrina, um sabor e aroma frutados e uma acidez característica da casta Arinto. São secos, leves e quando envelhecidos ganham um belo tom amarelo dourado e aromas terciários complexos. Possuem uma graduação alcoólica entre 11 e 11,5%.
Vinhos espumantes brancos
Os vinhos espumantes apresentam-se com aroma e sabor bastante frutados, acentuada frescura, e uma bolha fina e persistente que lhes confere uma excelente qualidade.
História
A fama do vinho de Bucelas é muito antiga e pensa-se que a cultura da vinha foi introduzida pelos Romanos. Numa crónica sobre a descoberta do caminho marítimo para a Índia, foi dado a conhecer este vinho por marinheiros da nau de São Gabriel que, ao chegarem a Portugal, comemoraram com bons petiscos e vinho branco produzidos a partir de cepas de Arinto de Bucelas.
Também o Marquês de Pombal se terá interessado por este vinho e importado algumas castas do Reno. Outros autores afirmam que as cepas do Reno são portuguesas e que teriam sido transportadas para a Alemanha pelos cruzados Teutónicos, à vinda da Terra Santa. Mas o início da projeção internacional de Bucelas data das invasões francesas, devendo-se ao particular prazer que os militares ingleses sentiam em bebê-lo. Depois, ao voltarem para Inglaterra, difundiram-no no seu meio originando uma forte corrente de exportação.
Conta-se que, tendo o rei Jorge III, ainda príncipe regente, certa enfermidade, não encontrou melhor remédio que o vinho de Bucelas, oferecido por Wellington, no regresso das campanhas de Portugal. Após a guerra peninsular, tornou-se habitual na corte e entre os súbditos ingleses.
No tempo de Shakespeare era conhecido pelo nome de Charneco, e mais tarde foi também conhecido pelo nome de Lisbon Hock (vinho branco de Lisboa).
Capital do Arinto
Bucelas foi registada como Capital do Arinto. A Confraria do Arinto de Bucelas foi a entidade que procedeu à inscrição do registo de Bucelas como Capital do Arinto, a 25 de maio de 2010, junto do Instituto Nacional de Propriedade Industrial, tendo o instituto publicado o despacho de concessão no dia 19 de Agosto do mesmo ano.
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