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Efeméride

Loures comemorou os 108 anos da Implantação da República

08.10.2018

No dia 4 de outubro, o Município de Loures comemorou a Implantação da República no concelho, efeméride que, há 108 anos, é assinalada um dia antes do resto do País.

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Este ano, as comemorações da Implantação da República em Loures contaram com a presença do Presidente da República. Marcelo Rebelo de Sousa foi recebido pela Banda dos Bombeiros Voluntários de Loures que, à porta do Cemitério Municipal, começou por tocar o Hino Nacional, tendo o Presidente da República seguido, depois, acompanhado pelo presidente da Câmara Municipal de Loures, Bernardino Soares, até ao Mausoléu da Junta Revolucionária, onde foram depositadas duas coroas de flores.
“Quero, em primeiro lugar, saudar a presença de sua excelência, o senhor Presidente da República, nestas comemorações. A sua presença constitui para o Município uma honra, até pelo significado que tem na valorização do papel dos republicanos em Loures”, começou por dizer Bernardino Soares.
“A Implantação da República é um marco fundamental na nossa história contemporânea, simbolizando os valores da igualdade, representatividade democrática, instrução e progresso”, continuou o presidente da Câmara, aproveitando a oportunidade para elogiar o poder local “como a instituição democrática saída da Revolução de Abril que melhor corporiza os mais genuínos ideais republicanos”, pela sua “conhecida representatividade, proximidade às populações, na promoção do acesso a bens e direitos essenciais na cultura, na educação, na habitação, no plano social, na promoção do desenvolvimento económico”.
Bernardino Soares demonstrou, ainda, perante o Presidente da República, a sua preocupação relativamente à transferência de competências para as autarquias “que as pode fazer dispersar das suas atribuições fundamentais e pôr em causa, por exemplo, a capacidade de investimento de que as autarquias são expoente. São investimentos no património histórico, como o que temos vindo a fazer neste cemitério, que não podem desaparecer”, apelou.
Marcelo Rebelo de Sousa fez questão de nomear cada um dos elementos que constituíram a Junta Revolucionária de Loures que “sonharam e lutaram por uma República para Portugal”.
“Passados 108 anos, aqui estamos em renovável e louvável iniciativa do Município de Loures, como sinal de reconhecimento e de compromisso”, assinalou.
“De reconhecimento à luta dos invocados de agora e de sempre, e o compromisso de tudo fazer para que o ideal que os moveu, e hoje se acolhe na Constituição da República Portuguesa, seja vivido mais com obras do que com palavras, dia após dia, para que nada, nem as tentações recorrentes do messianismo, do sebastianismo, do populismo, do egoísmo, da xenofobia, do racismo que atravessam o Mundo, possam vencer”, concluiu.

 

Visita histórica ao cemitério de Loures
Depois dos discursos que assinalaram a importância da efeméride em Loures, Marcelo Rebelo de Sousa seguiu numa visita histórica pelo Cemitério Municipal de Loures, equipamento distinguido, no passado mês de maio, com uma menção honrosa na categoria “Trabalho na área da Museologia” dos Prémios APOM 2018, da Associação Portuguesa de Museologia.
A candidatura apresentada pretendeu ver reconhecido o trabalho que tem vindo a ser realizado pela Câmara Municipal de Loures na área do Turismo Cemiterial, com vista à promoção da descoberta de valores históricos, estéticos, monumentais e ambientais que existem no Cemitério Municipal de Loures.
Além de poder contemplar o único e valioso Mausoléu da República, o Presidente da República teve a oportunidade de visitar as sepulturas de personalidades como António Carvalho de Figueiredo e Luís de Sttau Monteiro e ainda o talhão dos bombeiros de Loures, bem como o Largo dos Combatentes.
Marcelo Rebelo de Sousa visitou, ainda, a exposição As Mulheres na República, patente no Núcleo Museológico do Cemitério de Loures.

 

108 anos de história
A 4 de outubro de 1910, um dia antes do resto do país, uma Junta Revolucionária decidiu tomar os Paços do Concelho de Loures e içar a bandeira da República, proclamando-a. 
Foi no Largo 4 de Outubro, antigo Largo do Chafariz, em Loures, que, nesse mesmo dia, em 1910, tudo aconteceu. No Centro Escolar Republicano reúnem-se os oito elementos da Junta Revolucionária de Loures: Augusto Moreira Feyo, farmacêutico; Manuel Marques Raso, padeiro; Jacinto Duarte, operário da Câmara Municipal; José Joaquim Veiga, escrivão das finanças; Joaquim Augusto Dias, comerciante; António Rodrigues Ascenso, ourives e relojoeiro; José Paulo Oliveira, comerciante e regedor; José Ferreira Cleto e outros cidadãos que esperam o desenrolar dos acontecimentos.
Com a população reunida às 15 horas no Largo, os oito homens saem do Centro e dirigem-se aos Paços do Concelho, na antiga Rua Azevedo Coutinho. Depois de ocupado o edifício é hasteada, pela mão de Joaquim Augusto Dias, uma bandeira com as cores republicanas, o verde e o vermelho, cosida por Maria Guilhermina Ascenso, pertencente à Liga das Mulheres Republicanas. Junto ao estandarte improvisado, a Junta Revolucionária declara a Implantação da República.

 


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