Depois do debate em torno da irradiação dos alimentos, realizado em outubro, o polo de Loures do IST voltou a reunir empresários do concelho, desta feita para discutir o tema das radiações na indústria farmacêutica.
A abrir a sessão esteve o vice-presidente para a gestão administrativa e financeira do IST, Rogério Colaço, que começou por esclarecer o objetivo destes encontros: “Acima de tudo, queremos pôr as pessoas a falar e a pensar sobre o que autarquias, universidades e empresas podem fazer em conjunto”.
“Este tipo de eventos permite ao IST concretizar um dos seus objetivos-base que é a ligação à sociedade”, acrescentou Rogério Colaço. “E é também uma forma do Técnico dar a conhecer o que pode fazer pelas indústrias desta região e, simultaneamente, discutir e partilhar projetos que possam vir a ser colocados no terreno”.
Presente esteve também António Pombinho, vereador responsável pelo pelouro das atividades económicas da Câmara de Loures, que referiu ser prioridade “colocar Loures no centro da inovação da região e do país”.
“O nosso papel é pôr as empresas em contacto e, em conjunto, analisando os objetivos de umas e de outras, inovar na área do produto. A oferta do IST na área da radiação pode contribuir para que as empresas sejam mais competitivas”.
Seguiu-se a apresentação da capacidade inovadora do IST. Eduardo Alves, investigador da instituição, apresentou a Unidade de Tecnologia de Radiação a laborar no IST desde 1989, dando uma breve explicação sobre o processo de esterilização. O próximo passo é a certificação do processo pela norma ISSO 9001.
A investigadora Sandra Cabo Verde foi a responsável por dar a conhecer os novos desafios das radiações na indústria farmacêutica. A esterilização por radiação na gama de artigos médico-cirúrgicos de uso único, produtos farmacêuticos e cosméticos, entre outros, apresenta inúmeras vantagens em relação aos processos clássicos de esterilização, segundo a investigadora.
Trata-se de um processo seguro e amigo do ambiente que, aplicado ao produto final, elimina riscos de contaminação cruzada. Além de ser um tratamento não térmico, não deixa resíduos, pelo que o produto não necessita de um período de quarentena.
A sessão fechou com a apresentação das tecnologias nucleares no desenvolvimento e descoberta de novos fármacos, pela investigadora Isabel Santos.
No final, os participantes tiveram a oportunidade de fazer uma visita às unidades de investigação do IST.