A Câmara Municipal de Loures assinou, no dia 18 de julho, um protocolo de colaboração com a Hardlevel – Energias renováveis, com vista à criação de uma rede de recolha seletiva e encaminhamento de óleos alimentares usados, produzidos no setor doméstico.
Após a cerimónia protocolar, a qual decorreu no Palácio dos Marqueses da Praia e Monforte, em Loures, o vice-presidente da Câmara Municipal, Paulo Piteira, começou por referir que este protocolo “é um ato muito importante para o ambiente do nosso concelho”. Com o atual modelo de gestão “nunca se conseguiu cumprir os rácios a que estávamos obrigados, em relação à quantidade de pontos de deposição versus a população do concelho”, lembrando que para um concelho com cerca de 200 mil habitantes, como é o de Loures, deveriam existir 60 pontos de recolha.
Atualmente, esta rede é constituída por 29 oleões, um número insuficiente que, além de dificultar e onerar os sistemas de gestão de águas residuais, com repercussões ao nível das tarifas de saneamento, também comporta riscos de contaminação dos solos e das águas subterrâneas e superficiais.
Para Paulo Piteira, o Município encontrou na Hardlevel “um parceiro capaz de ajudar a criar uma solução eficaz de recolha e valorização de óleos alimentares usados”, que garante, simultaneamente, a renovação e o aumento substancial do número pontos de recolha, mas também o encaminhamento dos óleos alimentares usados para a produção de biodisel.
Já Karim Karmali, da Hardlevel, salienta a preocupação do Município com as questões ligadas à sensibilização da população, agradecendo o apoio dado pelo Departamento de Ambiente no planeamento dessas ações, que serão realizadas, na sua maioria, junto das escolas públicas do concelho, contemplando, também, visitas de estudo ao armazém e à fábrica de biodisel da Hardlevel.
Oleões inteligentes
Os 30 pontos de recolha que estão já em fase de instalação vão utilizar um sistema inteligente, de monitorização e interação IoT (Internet of Things), que permitirá otimizar as rotas e ajustar a periodicidade de recolha em função do enchimento dos oleões, antecipando o eventual derrame de óleo na via pública.
Ao longo dos próximos cinco anos, período de vigência deste protocolo, está prevista a instalação de mais 60 unidades de recolha de óleos alimentares usados, o que irá permitir minimizar substancialmente os impactes ambientais.
Recorde-se que a gestão de óleos alimentares usados está regulamentada desde 2009, cabendo aos municípios a responsabilidade de criar redes de recolha seletiva, que pressupõe a instalação dos oleões, o transporte, a valorização, o rastreamento e quantificação dos óleos, tendo em conta o número de habitantes do Município.
Presentes nesta cerimónia estiveram os presidentes da Junta de Freguesia de Bucelas, Élio Matias, da União das Freguesias de Santo Antão e São Julião do Tojal, João Florindo, e da União das Freguesias de Santa Iria de Azóia, São João da Talha e Bobadela, Nuno Leitão. Estiveram ainda presentes representantes dos SIMAR e das Águas do Tejo Atlântico.