O tema da exposição é baseado no motivo oitocentista Grecian Statue, proveniente de fábricas de faiança inglesas, que não chegou, no seu país de origem, a alcançar o sucesso que as peças de loiça com o motivo “Estátua” ou “Cavalinho”, como é popularmente conhecido, tiveram entre os portugueses. Maioritariamente produzido pela Fábrica de Loiça de Sacavém, o “prato do cavalinho” foi provavelmente comercializado desde a sua fundação, cerca de 1856, até ao seu encerramento, em 1994.
A partir de pequenos fragmentos de pratos encontrados num terreno na freguesia de Marvila perto da sua residência, Teresa Palma Rodrigues, recria histórias, objetos e acontecimentos que aí tomaram lugar, remetendo para a necessidade de pensar o modo como objetos do dia a dia produzidos no passado, como um simples prato, nos podem remeter para a infância e para as nossas recordações individuais e coletivas.
Na inauguração da exposição esteve presente o vice-presidente da Câmara Municipal de Loures, Paulo Piteira, que lembrou que "investir na cultura é essencial para nós. É investir na nossa identidade". Dessa forma, acrescentou, "procuramos ter exposições que coloquem em evidência aquela que foi a produção industrial que aqui teve lugar na antiga Fábrica de Loiça de Sacavém".
"Foi com muito interesse que acolhemos a proposta da Teresa Palma Rodrigues, porque veio trazer uma reinvenção de um dos motivos mais conhecidos da loiça de Sacavém", concluiu.
A autora manifestou o agradecimento pela oportunidade de expor no Museu de Cerâmica de Sacavém, explicando depois um pouco do processo criativo das obras expostas, que se iniciou com a recolha dos fragmentos.