O presidente da Câmara Municipal de Loures defendeu, na Assembleia da República, que a expansão do Metro no concelho de Loures é uma necessidade imperiosa.
Bernardino Soares foi ouvido, no dia 13 de março, na Comissão de Economia, Inovação e Obras Públicas sobre o Plano de Expansão do Metropolitano de Lisboa.
De acordo com o presidente da Autarquia, “não há solução para o problema da cidade Lisboa, sem solução para o problema da sua Área Metropolitana e respetivos concelhos limítrofes”, relembrando que esta questão levou à dinamização de uma petição, com mais de 31 mil assinaturas, que defende a expansão do metro em Loures.
Para Bernardino Soares “isto significa que as pessoas compreendem muito bem esta necessidade imperiosa para as suas vidas e para o desenvolvimento do Município”, pois “trata-se da necessidade de oferecer às populações uma solução de transporte pesado que hoje não existe”. De acordo com o autarca “nem a linha da Azambuja é solução, uma vez que está absolutamente descaracterizada como linha suburbana”.
Bernardino Soares recordou ainda que, segundo os censos de 2011, “cerca de 25% da população do concelho de Loures desloca-se todos os dias para Lisboa para trabalhar, sobretudo em transporte privado”.
“É claro que este problema tem depois impacte noutros territórios”, uma vez que “grande parte dos que hoje atravessam o concelho de Loures vêm da zona oeste, nomeadamente de Vila Franca de Xira, Mafra, Cadaval ou Torres Vedras, e esses são também potenciais beneficiários da expansão do metro em Loures”, declarou.
“O que temos vindo a propor é tão só o que foi anunciado em 2009, pelo Governo da altura, e que nos parece ser uma base de trabalho incontornável e de desenvolvimento da rede do Metro”, referiu Bernardino Soares, recordando a altura em que a então secretária de Estado dos Transportes, Ana Paula Vitorino, havia anunciado a chegada do metropolitano ao concelho, com a construção das estações de Portela e Sacavém, Torres da Bela Vista/Frielas, Santo António dos Cavaleiros, Loures e Infantado.
“Seria muito importante que o Governo autorizasse o Metro a prosseguir estudos nesse sentido, pois sem estudos não há decisão política”, alertou. “Desde 2009 que este problema deixou de ser estudado e isso não é bom sinal. Não temos nada contra o estudo de novas opções na cidade de Lisboa, que são certamente necessárias, mas é preciso que Loures esteja também sobre a mesa”.
Em jeito de conclusão, Bernardino Soares alertou para o facto de não se poder olhar “para um investimento deste tipo apenas em função da exploração da empresa de metropolitano de Lisboa. Trata-se de um projeto que irá melhorar e resolver uma série de outras circunstâncias. Dezenas de milhares de viaturas deixam de entrar em Lisboa, sendo substituídas por um transporte cómodo, rápido e mais barato, o que, desde logo, trará melhorias ambientais importantíssimas”.
Expansão do metro visa construção de linha circular
Além de Bernardino Soares, a Comissão de Economia, Inovação e Obras Públicas, presidida por José Hélder do Amaral, ouviu ainda os presidentes das câmaras de Lisboa, Amadora e Odivelas, Fernando Medina, Carla Tavares e Hugo Martins, respetivamente, que foram sendo interpelados pelas forças políticas com assento na Assembleia da República.
Tanto o Bloco de Esquerda, como o PCP e o PSD foram unânimes na rejeição do plano de expansão do Metro de Lisboa, que prevê a criação de uma linha circular até 2021. A exceção foi o PS, que alinhou com o Governo na defesa do que considera ser “uma resposta clara e efetiva, que irá permitir ligar os principais eixos de emprego na cidade de Lisboa”.
De acordo com o plano de desenvolvimento operacional da rede, está prevista uma ligação da estação do Rato (atual Linha Amarela) ao Cais do Sodré (Linha Verde), com duas novas estações na Estrela e em Santos.
Contudo, o atual traçado da Linha Amarela, que liga as estações de Odivelas ao Rato, irá, segundo o novo plano, sofrer alterações de percurso e passará a integrar também a estação de Telheiras (Linha Verde). Assim, segundo o novo plano, a Linha Amarela passará a ligar Odivelas a Telheiras (com desvio no Campo Grande) e as restantes atuais estações que fazem parte desta linha (Cidade Universitária-Rato) passarão a fazer parte da Verde, que irá assumir um trajeto circular.
Presentes na audição estiveram ainda os vereadores da Câmara de Loures, Sónia Paixão, Nuno Dias e Ivone Gonçalves, bem como o presidente da Assembleia Municipal de Loures, Ricardo Leão.