Em consequência dos salários em atraso, a situação económica de muitos trabalhadores tem vindo a degradar-se, o que motivou à abertura de uma conta solidária para apoiar as situações mais urgentes.
A partir de agora, quem quiser contribuir para esta causa poderá fazê-lo para a conta com o IBAN PT50 0036 0160 99100083668 86 e apoiar os trabalhadores que, desde o dia 5 de janeiro, se encontram em vigília à porta da empresa.
Mostrando mais uma vez a solidariedade da Câmara Municipal, o presidente da Câmara de Loures, Bernardino Soares, esteve junto às instalações da empresa onde, em conferência de imprensa, anunciou outras medidas de apoio: “Sabemos da existência de problemas com o refeitório da empresa, por isso o Refeitório Municipal (da Câmara) vai, a partir de hoje, dar o apoio possível, trazendo refeições, de forma a garantir que haja aqui um apoio alimentar importante e de qualidade”, anunciou.
Além da distribuição de refeições, Bernardino Soares revelou, ainda, a realização “em conjunto com a união dos sindicatos da CGTP, de um concerto solidário em que as receitas possam também reverter para a conta solidária que agora mesmo foi anunciada, funcionando, simultaneamente, como uma forma de canalizar a solidariedade que se tem verificado em toda esta zona com a luta destes trabalhadores”. O concerto solidário está marcado para dia 18 de fevereiro, às 16 horas, no Pavilhão do Sport Grupo Sacavenense.

Esperança na manutenção dos postos de trabalho
“A Câmara de Loures está cá desde a primeira hora, em solidariedade com os trabalhadores, na esperança de que possa haver ainda uma solução para manutenção dos postos de trabalho”, referiu Bernardino Soares. “Há informações do Ministério da Economia de que existem ainda investidores interessados. Esse é o nosso primeiro desejo e objetivo, mas se isso não for possível, é preciso garantir que estes trabalhadores tenham os seus direitos básicos assegurados”.
“Se a empresa fechar terá um impacte muito grande no concelho de Loures, pois isso significará um aumento importante do nível de desemprego”, acrescentou. “Mas é mais do que isso: trata-se de um problema sério para o nosso país que precisa de unidades produtivas. Esta fábrica, que está em Sacavém há quase 60 anos, tem qualidade produtiva, tem pessoas muito capacitadas para a produção nesta área do têxtil e é quase um crime económico que o nosso país não possa aproveitar esta potencialidade”, concluiu.
Presentes em mais uma ação de solidariedade estiveram o vice-presidente da Câmara de Loures, Paulo Piteira, bem como os vereadores Maria Eugénia Coelho, António Pombinho, Sónia Paixão, Nuno Dias, Rita Leão, Nuno Botelho e ainda os presidentes das uniões de freguesias de Santa Iria de Azóia, São João da Talha e Bobadela e também de Sacavém e Prior Velho, Nuno Leitão e Carlos Gonçalves, respetivamente.
A antiga fábrica de roupa interior da Triumph foi comprada em setembro de 2016 pela Gramax Capital, na sequência da decisão da multinacional de desinvestir na produção industrial em Portugal. O grupo de investimento, fundado em 2011 por Alexander Schwarz e Achim Pfeffer, com sede na Suíça e na Alemanha, garantiu, na altura, a manutenção dos quase 500 postos de trabalho e a continuidade da empresa.
As trabalhadoras da fábrica da antiga Triumph estão desde o dia 5 de janeiro de 2018 em vigília à porta da empresa, depois de terem tomado conhecimento de que a administração tinha iniciado um processo de insolvência.
No dia 18 de janeiro, as trabalhadoras manifestaram-se à porta da Presidência do Conselho de Ministros, onde apelaram ao Governo para intervir no processo, de forma a evitar o encerramento da fábrica de roupa feminina.