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Educação

EB 2,3 João Villaret inaugura sala Mentes Sorridentes

11.05.2017

Foi inaugurada, no dia 10 de maio, na EB 2,3 João Villaret, a sala Mentes Sorridentes, local onde alunos, professores e pessoal não docente vão passar a desenvolver o projeto que pretende ajudar a gerir emoções e a ansiedade.

 

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Foi o secretário de Estado da Educação, João Costa, que, juntamente com o diretor do Agrupamento de Escolas João Villaret, José Oliveira, cortou a fita que representa a inauguração oficial da sala Mentes Sorridentes.
Naquele pequeno espaço, de cores alegres e decoração alusiva à natureza, é onde alunos, professores e auxiliares reservam cerca de 10 a 20 minutos do seu tempo para a prática de exercícios de relaxamento respiratório. A prática, denominada de mindfulness, pretende contribuir para melhorar a concentração na escola, ou em outras atividades, e gerir estados mentais difíceis, tais como depressão, ansiedade e stresse.
Dulce Gonçalves, professora no Agrupamento de Escolas João Villaret e mentora do projeto, explica que havia “queixas frequentes de professores, que diziam que os alunos tinham uma tremenda dificuldade de concentração, vários problemas disciplinares, baixa autoestima e desmotivação. No caso do pessoal não docente, havia também grande desgaste profissional”. Por essa razão “optámos por uma resposta que conseguisse alcançar todos estes aspetos, tendo surgido no formato mindfulness que, no fundo, é um exercício de meditação e que pode ser aplicado no quotidiano de forma muito simples”, permitindo “ter um compasso de tempo em que nos reorganizamos em termos emocionais e até intelectuais”.
“É muito bom começar a manhã a sorrir”, começou por dizer o secretário de Estado. “Se queremos formar cidadãos que saibam tomar decisões acertadas para a sua vida, não basta trabalhar a razão. Temos de trabalhar também as emoções”. Para João Costa “é função da escola trabalhar as emoções junto dos alunos, seja para uma via inclusiva, seja para garantir que, de facto, estamos a formar cidadãos de sucesso”.
“Quando falamos da importância da educação emocional, quando fazemos uma educação artística, estamos a educar para este ‘acordar’ das emoções”, reforçou, dando os parabéns à escola “pela capacidade de antecipar muito disto no desenvolvimento deste projeto”.
Presente na inauguração esteve também a vereadora da Câmara Municipal de Loures com o pelouro da Educação, que se mostrou muito agradada com a “dinâmica intensa” do agrupamento e com a preocupação “na procura de soluções para cada um dos seus alunos”. Maria Eugénia Coelho referiu, ainda, que “é preciso que as crianças e os jovens tenham tempo para si próprios, para refletir, para estarem tranquilos, para viverem as emoções, porque é através delas que construímos o nosso conhecimento e personalidade”.
A vereadora revelou o desejo de que o projeto Mentes Sorridentes “ultrapassasse as fronteiras da escola e chegasse a todas as outras”. “A Câmara de Loures está cá para apoiar este e outros projetos”, como é o caso do pavilhão da escola João Villaret. “Estamos na fase final de conversações com o Ministério da Educação sobre a construção do pavilhão e temos fortes convicções de que se irá realizar”, adiantou.

 

Criar mentes sorridentes
O Agrupamento de Escolas João Villaret considerou que o crescente reconhecimento científico da prática de exercícios de relaxamento respiratório justificava a sua implementação a nível escolar, abrangendo alunos, encarregados de educação, pessoal docente e não docente. Assim, em parceria com o Hospital Beatriz Ângelo (HBA), um grupo voluntário de professores e técnicos do agrupamento uniu-se para criar o projeto Mentes Sorridentes, o qual pretende aplicar a prática de mindfulness a jovens alunos, do 1.º ao 3.º ciclo.
Este projeto pretende ensinar a comunidade escolar a utilizar mecanismos de autocontrolo, de modo a gerir situações de stresse, desequilíbrio emocional, que interferem nas capacidades de aprendizagem, atenção e concentração e no inter-relacionamento pessoal dos alunos, estimulando o foco das tarefas cognitivas.
“O HBA tem tido uma atitude que não é meramente curativa, reabilitativa ou de tratamento. Apostamos muito na prevenção”, referiu Mónica Pinto, do Centro de Neurodesenvolvimento do hospital. “Além disso é um hospital que não está voltado para si próprio. Está aberto à comunidade e disponível para fazer parcerias”. Foi por essa razão que o HBA acolheu este projeto “que tem sido fantástico, dando um cariz mais científico ao que está a ser feito e, de facto, demonstrar que é um bom trabalho”.
Mónica Pinto apresentou os resultados da avaliação do primeiro ano do projeto que envolveu 65 crianças, referindo que houve “resultados significativos” nos sintomas ansiosos, na relação com os pares, nos índices de concentração, hiperatividade, problemas de comportamento e na autoestima. “Houve em todos uma melhoria após as sessões”, sendo que “80% usam este tipo de treino fora da escola”.

 


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