Conhecer os problemas do Município e as suas respostas no âmbito da inclusão social, bem como os espaços e as instituições que apoiam os cidadãos com necessidades especiais, foram os objetivos da visita protagonizada pela Secretária de Estado da Inclusão das Pessoas com Deficiência.
Ana Sofia Antunes foi recebida no Salão Nobre dos Paços do Concelho pelo presidente da Câmara de Loures, Bernardino Soares, que, numa breve conversa, expôs algumas das preocupações sentidas em matéria de inclusão.
“Estamos muito empenhados em colmatar uma enorme carência no nosso concelho, que é a total ausência de resposta de Centros de Atividades Ocupacionais (CAO) porque os jovens, a partir da idade que deixam de estar na escola, não têm para onde ir”, referiu Bernardino Soares.
“De facto, os jovens adultos com deficiência ou vão para instituições à volta, e são mais de uma centena aqueles que as frequentam, ou ficam em casa. E não pode ser”, afirmou Maria Eugénia Coelho, vereadora com o pelouro da Coesão Social, também presente no encontro institucional.
“Através da Rede Social incentivámos um conjunto de instituições a pensar em ofertas para esta situação e já são cinco as que estão a trabalhar em projetos de constituição de CAO”, acrescentou a vereadora. “Temos vindo a trabalhar com a segurança social, para aprovação dos seus projetos e adaptação das instalações. Falta apresentar as candidaturas para oficialização dessas ofertas mas, depois, é fundamental que a Segurança Social estabeleça acordos com essas instituições”.
O presidente da Câmara abordou ainda o tema da acessibilidade física e o projeto Loures Acessível “que pretende alterar o acesso ao espaço e aos serviços públicos”. De acordo com Bernardino Soares, “é necessário intervir no espaço físico para criar condições de acessibilidade. A ideia é impedir que quaisquer novos edifícios sejam construídos sem considerar esta questão e ir corrigindo os mais antigos, de modo a que, paulatinamente, possamos ter este problema resolvido”.
Palavras corroboradas por Paulo Piteira, vice-presidente da Câmara de Loures, que deu a conhecer a Ana Sofia Antunes o diagnóstico “bastante exaustivo” das barreiras arquitetónicas existentes na cidade de Loures e no concelho, “onde foram identificados dez edifícios municipais que carecem de intervenções para os tornar acessíveis”. Além disso, o Loures Acessível irá permitir a construção de um “corredor de mobilidade que permita articular a cidade de ponta a ponta, facilitando o percurso das pessoas com mobilidade reduzida”.
Em termos de transportes públicos, Paulo Piteira, adiantou que, a par do trabalho de intervenção junto dos operadores, no sentido de os sensibilizar para a adaptação dos pontos de paragem e dos próprios veículos, a Câmara está empenhada “na criação de oferta, neste momento inexistente no concelho, de táxis para cidadãos de mobilidade reduzida”.

Visita à CREACIL
A comitiva seguiu, depois, para a CREACIL – Cooperativa de Reabilitação, Educação e Animação para a Comunidade Integrada de Loures – onde Ana Sofia Antunes teve a oportunidade de visitar as instalações da instituição e ficar a conhecer um pouco mais do seu trabalho.
Sedeada em São Sebastião de Guerreiros, em Loures, desde 2011, a CREACIL conta com 25 anos de trabalho na promoção da qualidade de vida e salvaguarda dos direitos de cidadania e igualdade de oportunidades dos cidadãos com deficiência e suas famílias.
Américo Alexandre, presidente da direção, fez a visita guiada pelas instalações que apoiam, atualmente uma dezena de utentes, “apenas e só com as receitas resultantes das campanhas do Pirilampo Mágico”.
O objetivo agora é criar um CAO na CREACIL: “Precisamos adaptar o espaço, construir um refeitório, e adequar as casas de banho”, referiu Américo Alexandre. “O projeto já está aprovado pela segurança social, mas faltam fazer as obras e, antes disso, ainda é preciso elaborar os projetos de especialidade que têm de ser pagos pela CREACIL. Estamos nessa fase, mas até final do ano as obras terão de arrancar, obrigatoriamente”.