A fertilidade das terras, a abundância das águas e a pureza dos ares do campo deram corpo a esta região saloia que, desde D. Afonso Henriques até ao reinado de D. Maria II, se englobou no termo da cidade de Lisboa.
Por todas estas razões, muitos monarcas e nobres construíram as suas quintas e palacetes nestas terras, que elegeram como locais de lazer, de descanso e de fuga a doenças e pestes.
A evolução da cidade de Lisboa e do seu termo, bem como a crescente importância económica do território, permitiram que, no dia 26 de julho de 1886, Loures fosse, por decreto real, elevado a concelho, integrando as freguesias dos entretanto extintos concelhos dos Olivais e Belém. No entanto, só a partir de 2 de janeiro de 1887, com a eleição do seu primeiro presidente, Anselmo Braamcamp Freire, o concelho entra em plena atividade.
As contradições da monarquia constitucional faziam-se sentir, a sua ideologia deixava de ter qualquer força e o republicanismo começava a ganhar lugar e peso.
Para os republicanos do concelho, implantar a República significava desbloquear o desenvolvimento da região, e por isso, a 4 de outubro de 1910, um grupo de homens nomeados para constituir a Junta Revolucionária saem do Centro Republicano de Loures e ocupam os Paços do Concelho, onde é hasteada uma bandeira com as cores republicanas e declarada a implantação da República, pela voz de Augusto Herculano Moreira Feio.
Loures entra assim na história nacional com a República a ser implantada um dia antes dos restantes municípios portugueses.
25 de Abril de 1974
Mobilizando milhares de cidadãos para as tarefas coletivas, quer como eleitos autárquicos, quer como intervenientes nas estruturas populares, o poder local democrático teve a árdua e complexa missão de redefinir as estruturas municipais, recuperando o atraso generalizado do país.
Através do esforço do poder autárquico, envolvendo a sociedade civil, foram supridas as carências mais prementes das populações. Construíram-se dezenas de escolas básicas, jardins de infância, parques infantis, equipamentos culturais e desportivos, centros de dia e espaços públicos de lazer.
O concelho de Loures é a prova e o exemplo de como foi possível, em quatro décadas, atingir elevados patamares de qualidade, criando, de facto, melhores condições de vida para as populações locais.
O Município de Loures concretizou e viu concretizados grandes investimentos locais e regionais, que acentuaram qualitativamente as condições ímpares do nosso concelho a nível nacional.
Reorganização administrativa
Mais recentemente, na década de 1980, a evolução desta região permitiu a criação das freguesias da Pontinha, Portela, Bobadela, Famões, Olival de Basto, Prior Velho, Santo António dos Cavaleiros e Ramada, passando o concelho de Loures a ser constituído por 25 freguesias.
Em 1997, foi alterado o limite entre as freguesias de Santo António dos Cavaleiros e da Póvoa de Santo Adrião e, em 1998, decorrente da criação do município de Odivelas, o Concelho de Loures passa a ser constituído por apenas 18 freguesias: Apelação, Bobadela, Bucelas, Camarate, Fanhões, Frielas, Loures, Lousa, Moscavide, Portela, Prior Velho, Sacavém, Santa Iria de Azóia, Santo Antão do Tojal, Santo António dos Cavaleiros, São João da Talha, São Julião do Tojal e Unhos.
Já a reorganização administrativa a que os municípios foram sujeitos, em 2013, veio reduzir para dez o número de freguesias do concelho, sendo, atualmente, designadas como: União das Freguesias de Camarate, Unhos e Apelação, União das Freguesias de Moscavide e Portela, União das Freguesias de Sacavém e Prior Velho, União das Freguesias de Santa Iria de Azóia, São João da Talha e Bobadela, União das Freguesias de Santo Antão e São Julião do Tojal, União das Freguesias de Santo António dos Cavaleiros e Frielas, Freguesia de Bucelas, Freguesia de Fanhões, Freguesia de Loures e Freguesia de Lousa.